sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Por Wilson Alves

Reflexão sobre o Perfil e as Atribuições do Professor Dinamizador

Este profissional, como qualquer outro professor da Escola, está intimamente ligado a equipe pedagógica da instituição. Servidor efetivo, responde hierarquicamente à Gestão da Escola onde se encontra lotado. Dessa forma, é importante uma estreita observação aos ditames da equipe escolar sem deixar de atender as solicitações próprias do cargo, a saber, a dinamização do Laboratório de Informática e dos Recursos Midiáticos.
O Dinamizador de laboratório é aquele profissional que estabelecerá uma “ponte” entre o professor de uma disciplina específica e o aluno, quando do uso dos equipamentos, incluindo nesse processo, além dos computadores, a TV ,DVD e outros. Disso resulta que o Dinamizador precisa ter uma visão global no tocante ao planejamento de atividades com o uso das referidas tecnologias. É ele quem tem melhor visão a despeito do uso adequado do tempo em proporção a realização de atividades condicionadas ao perfil dos alunos. Como os demais professores, ele é um agente facilitador do processo de ensino-aprendizagem, pois, na conjuntura do seu dinamismo, estabelece junto ao professor titular que procura o laboratório as melhores atividades-meio para se atingir o fim esperado.
Conforme disposição na Cartilha 2010 da SEDUC–GO, eis alguns componentes desejáveis ao seu perfil:
· Ser servidor efetivo da rede;
· Ser professor habilitado em nível superior na área de Educação – Licenciatura Plena;
· Ter participado de curso sobre uso das tecnologias aplicadas à Educação (priorizando, inicialmente, a TV e o computador), comprovados com os documentos de certificação;
· Ser comprometido com o sucesso do projeto pedagógico da escola;
· Ter disponibilidade para participar da realização de cursos fora de seu domicílio;
· Saber formular e conduzir estratégias pedagógicas em grupo;
· Ser capaz de estabelecer processo de comunicação, marcado pela confiança, cordialidade e competência entre os integrantes da equipe escolar, pais e comunidade;
· Ter interesse e entusiasmo pelo uso de tecnologia, visando ao desenvolvimento da aprendizagem.

Todos os itens enumerados são relevantes para o desenvolvimento do seu trabalho, mas por hora, vamos nos restringir a esmiuçar com maiores propriedades o que compete a sua própria formação para o desempenho da sua função. Sabemos que para qualquer ofício que propomos desenvolver, é imprescindível estarmos num processo de formação contínua. No caso do Dinamizador de Laboratório, é fundamental que este esteja em perfeita sintonia junto a instituição que promova capacitação para a sua área, o NTE - Núcleo de Tecnologia Educacional. O NTE no uso das suas atribuições, durante todo o ano letivo, procura levar àquele cursos, oficinas, palestras e suporte técnico para o bom desempenho do seu trabalho. Essas atividades compõem uma gama muito grande de recursos técnicos os quais o Dinamizador de Laboratório pode e deve oferecer ao professor, dando sentido à sua função. Nesse processo de formação contínua, o professor-dinamizador conta com uma equipe pedagógica formada e capacitada para ajudá-lo no desenvolvimento de novos trabalhos, novas idéias que possam agregar valor as atividades desenvolvidas com o uso das tecnologias no contexto pedagógico. Não obstante, a partir dessa interação com o NTE, o dinamizador tem a oportunidade de estender uma interação também com outros dinamizadores, sendo o NTE um Pólo de referência e um centro redistributivo dos saberes elementares à sua atividade.
Outra característica importante do trabalho do dinamizador encerra em questões que transcendem ao movimento estritamente técnico: A Ética profissional. A sua formação ética é balizadora do conjunto operacional do trabalho desenvolvido pelo profissional do laboratório de informática. A educação contemporânea privilegia a formação integral do aluno, o que justifica a esse profissional ser detentor de saberes que digam respeito ao relacionamento interpessoal, ao respeito mútuo no trabalho, à solidariedade. Ademais, sabemos que o processo educativo a muito não é visto como um amontoado de disciplinas segmentadas, meramente justapostas e desconexas entre si, logo, não cabe apenas ao professor de Filosofia, Sociologia ou Língua Portuguesa envolver em suas aulas o problema da ética, mas todos os profissionais da educação, incluindo, portanto, o professor dinamizador.
Espera-se do aluno egresso do Ensino Médio que ele possa contemplar conhecimentos que vão além do aprendizado da educação formal. O mundo do trabalho exige do aluno pleno domínio dos saberes técnicos da educação formal, mas também que saiba interagir com a sociedade, com os clientes e com colegas; que saiba relacionar-se com a multiplicidade que marca o mundo globalizado. Nesse ínterim as tecnologias da educação são um aporte para o desenvolvimento do aluno e que, por sua vez, exige também do dinamizador o domínio das competências do relacionar em grupo, da liderança de pessoas, do domínio de atitudes do saber ser e do saber fazer – contemplando uma formação pró-ativa para o aluno; exige ainda, capacidade de interagir com a sociedade e com as famílias dos educandos. Definitivamente, o profissional das tecnologias na escola não é uma “pedra” deslocada da estrutura do sistema educativo, antes, um ponto de convergência pronto a auxiliar todas as áreas do saber de modo que coadune em um processo de construção do conhecimento com a participação dos recursos midiáticos.

Wilson Barbosa


- Filósofo Clínico 
- Especialista em Tecnologias na Educação
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