sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Por Wilson Alves

Cursos Técnicos Médio e Pós-Médio: Novos Rumos, Nova História.



Os cursos técnicos, em geral, surgiram no Brasil a fim de atender uma demanda do mercado e do capital, tão somente preocupado em responder aos anseios da elite detentora da relação de  poder nas cidades. Disso depreende-se que o formato desse ensino de caráter vinclulado a operacionalização não era propositadamente endereçado àqueles que vinham das classes privilegiadas, antes, àqueles filhos de trabalhadores pobres, sem esperança no futuro, de alma ferida e de caráter forjado pelo impulso do aliciamento psicológico o qual os tornaram cônscios de que os seus papéis era oferecer o trabalho da produção em série e segmentada para alimentar os propósitos e a ambição das castas dominantes.
A imblemática de ensino técnico fortemente marcada pela dicotomia entre ensino propedêutico voltado exlusivamente às artes, a cultura e ao universo intelectual e político, foi absolvida por um novo ethos cultural que se sedimenta em valores que, nos dias atuais, ganham dimensões totalmente inovadoras e perspectivas antes inimagináveis. Precedido por uma economia globalizante e uma política democrática dos saberes práticos, observca-se a aproximação entre a teoria e a prática, tendo por base referencial, uma ação a qual admite que ambas não concorrem entre si, mas complementam-se na construção do conhecimento.

Atualmente no Brasil, o ensino técnico profissionalizante em nível médio, pós-médio e concomitante constitui em marco revolucionário e histórico ora implantado especialmente nos Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia, de modo a reparar parte de uma dívida desde os tempos remotos quando a retalhação e a segregação sob essa modalidade de ensino imperava, além disso, nos limítrofes do início do século XXI essa modalidade de educação fomenta a  mão de obra qualificada para atender as necessidades de produção estritamente relacionada a economia, a política, a indústria, enfim, a vida social como um todo. 

Por conseguinte, o fato de que a educação técnica tem entre os seus objetivos a manutenção do mercado, é também agregado entre os valores que a compõe, a formação crítico-social do profissional, entendendo por isso,  a presença de valores que sustentam o processo de autonomia da pessoa humana, resguardando-a de toda e qualquer forma de prosetilismo dominante de classes opressoras. Assim, a educação técnica sustenta em seu eixo norteador valores que consagram o processo de formação relacionando-o a uma co-participação na formação da política de desenvolvimento sustentável, algo que está em franco questionamento e discussão nas mais distintas forças sociais, marcando o final do século XX e agora o início do século XXI como principais responsáveis pelos efeitos positivos e/ou negativos da produção industrial. 

Com tudo isso, há pouca ou nenhuma diferença entre o ensino propedêutico voltado às profissões revestidas da hermenêutica, comparado àquelas que contróem, criam, renovam, inovam ou modificam o processo de produção: as Profissões Técnicas. Essa última, transforma-se em instrumentos que insere as pessoas no mercado de trabalho e na vida social e política de seu tempo, pois, a produção contemporânea não é entendida no sentido da dicotomia segmentada do passado, mas é enriquecida com a evolução do status da consciência global que responsabiliza o processo de criação à representação simbólica das demandas sociais as quais ele mesmo ( o técnico) é consumidor.
Com o viés da proposta do pensamento crítico, a formação técnica de nível médio ou pós médio constitui um manancial de operações lógicas humanizantes, distante do cartesianismo representado e arquivado nas enciclopédias do Brasil do século passado.

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Wilson Barbosa
Técnico em Assuntos Educacionais
IFTO- Instituto Federal do Tocantins 
Campus Porto Nacional.

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