terça-feira, 1 de março de 2011

Por Wilson Alves


Um pouco Sobre Mediação Pedagógica

Ao propor a mediação na EAD, o professor, dentro do entendimento de “quem é o aluno virtual”, precisa estar atento a maturação singular do aluno no dia a dia do curso. Com atenção às peculiaridades próprias do aluno, torna-se possível, por exemplo, pensar o processo de uma Avaliação Diagnóstica, cuja característica é a sua realização durante o processo de ensino-aprendizagem, além de ser melhor aproveitada, quando o resultado (feedback) para o aluno é iminente, logrando assim, êxito no que tange a possíveis correções dos conteúdos tratados. PRADO (2006) faz menção a essa necessidade: “Esta sensibilidade do professor, atento para conhecer o aluno virtual é importante para o re-planejamento de suas ações, balizando as necessidades dos alunos com os objetivos educacionais que pretende atingir”. OLIVEIRA (2006), por outro lado, atribui destaque às Bases Epistemológicas da Avaliação na Educação. É importante ressaltar que os dados epistemológicos encontrados no perfil do aluno implicam necessariamente ao seu modo de aprender e apreender as coisas. Assim, reafirma a necessidade do professor em conhecer a subjetividade do aluno diuturnamente.
De antemão, antes mesmo do processo de mediação propriamente dito, é fundamental que o professor questione o quanto está preparado para reconhecer a maturação do aluno e, sobretudo, reconhecer os pontos limítrofes da sua expressividade em ambientes colaborativos de aprendizagem, reduzindo ou eliminando a possibilidade de, involuntariamente, iludir-se em uma avaliação talvez inócua, porém, superficial, rasa e, quem sabe, até irresponsável.
Ao ler atentamente o texto de PRADO (2006), percebe-se que os problemas enfrentados no exterior, não são tão diferentes dos problemas enfrentados no Brasil. O trecho a seguir demonstra essa similaridade: “Em primeiro lugar e acima de tudo, está claro que, para trabalhar virtualmente, o aluno precisa ter acesso a um computador e a um modem ou conexão de alta velocidade e saber usá-los (...) é importante lembrar que nem todos os alunos têm acesso a conexões de alta velocidade. (...) terão também de lidar com questões de privacidade e confidencialidade, conflitos com o horário de trabalho, direitos autorais e propriedade intelectual.
No texto, PRADO (apud Brookfield, 1987, p. 1) segue: “Ser alguém que pensa criticamente é parte daquilo que forma a pessoa que se desenvolve”- característica essa que deve estar presente também no aluno AVA.
Entretanto, aí está um ponto a ser observado, especialmente na realidade brasileira. Dos cursos de capacitação/aperfeiçoamento e até pós-graduação, quando direcionado especificamente a professores, um percentual muito grande é de professores que estão na rede de ensino  a vários anos, dos quais existe um subgrupo que compõe outro grande percentual de profissionais que estão acima dos 40 anos de idade e que, por conseqüência, não foram educados pedagogicamente com a participação das TIC. O resultado disso é que ao ingressarem nos cursos EAD preocupam-se e se detêm com o aprendizado das tecnologias, com o uso correto do computador, por exemplo, que intelectivamente não conseguem pensar criticamente como o fariam na educação presencial. Essa é uma generalização local, goiana, pontual à realidade do Estado de Goiás, onde experenciamos o fato. É uma característica que observamos no dia a dia em cursos simples como no curso de Introdução a Educação Digital do PROINFO, oferecido pelos NTEs em diversas cidades. 

Assim, é fundamental que o professor diante de realidades diferentes, isto é, de faixa etárias mistas, de alunos com e sem cultura digital, conheça o perfil singular do aluno e alie-se a ele de modo a tranqüilizá-lo quando preciso, encorajá-lo quando preciso, ser junto, próximo, presente virtualmente  de modo a ser quase imperceptível a distância física que os separa. Prado (2006, p. 02) testifica a necessidade dessa proximidade: Esta abordagem - o estar junto virtual - tem norteado os grupos de docentes e pesquisadores no desenvolvimento de cursos de formação de professores para o uso pedagógico da informática. Estes cursos utilizam o ambiente virtual de suporte para o processo de ensino e aprendizagem, como por exemplo, TelEduc, Moodle, e-Proinfo entre outros, que se constituem por um conjunto de ferramentas, as quais viabilizam a organização e o gerenciamento do curso, bem como a comunicação entre os participantes.

 É elementar que esses ditames só se aplicam quando previamente se tem os objetivos pré-definidos para que não se caia em um verdadeiro sofismo: o professor  fingir que se ensina e o aluno fingir que aprende. Ou seja, é preciso observar qualitativamente o planejamento do dia, da semana, do mês, do curso.
Para finalizar, deixo testemunhos de alunas do curso acima referido, cuja identidade, local, nome, serão preservados por questões éticas, entretanto, eventuais erros gramaticais, de digitação ou concordância serão registrados, pois estes fazem parte da realidade também vivenciada quando escrevem no AVA.

Prof. Wilson Barbosa
- Filósofo Clínico 
- Especialista em Tecnologias na Educação


(16/12/2010)
Anotação aluno: No decorrer do curso aprendi a ultilizar o writer para desenvolver e formatar textos por meio dos diversos recursos oferecidos pelo aplicativo. Aprendi a fazer boletim escolar e planilhas orçamentárias usando o calc, bem como, a montar apresentações no impress. A dificuldade encontrada foi apenas na utilização do impress no que se refere a animações, porém tive o auxilio do professor para romper a dificuldade. No mais posso dizer que tive um ótimo aproveitamento porque aprendi a usar todos os aplicativos propostos.

(23/12/2010)
Anotação aluno: Prof.: Wilson Aluna: xxxxx. xxxx, 20 de Dezembro de 2010 Atividade Reflexiva Aprendi que a tecnologia pode somar e ajudar nas atividades que hoje executo com melhorias no tratamento das crianças e no relacionamento interpessoal, pois realizarei pesquisas, tabelas e outras funções que não conseguia executar anteriormente, pois não tinha afinidade com computadores. As dificuldades foram inúmeras conforme comentado devido não ter contato com computadores o simples ligar da maquina já se tornava uma barreira, mas com as informações recebidas e com o tempo tenho maior intimidade com esse novo ambiente de trabalho e as barreiras e medos foram rompidas. O aproveitamento foi ótimo devido o aprendizado que tive e a participação foi na medida do possível dentro de minhas limitações. Obrigado pela oportunidade em poder aprender e fazer novos amigos.


 



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