segunda-feira, 3 de junho de 2013

Por Wilson Barbosa


A ORIGEM DAS IDEIAS

Uma Derivação dos Conceitos



A partir de uma conversa com um grande amigo, onde carinhosamente reclamo seu 'excessivo' pragmatismo, mecanismo intelectivo que usa para decidir as demandas da sua vida para quase qualquer coisa, veio o desejo de descobrir nesse texto o oposto dessa práxis de exercitar o conhecimento e a experiência com o mundo real.

Ter uma consciência pragmática, a princípio, não constitui algo certo ou errado, ao menos não do ponto de vista das variantes epistemológicas, algo tão mencionado em artigos anteriores. Quem pode dizer que é certo ou errado ter uma experiência de vida tão pragmatica a partir da mais insignificante questão; desde o último fio de cabelo da cabeça às pesquisas mais avançadas das academias? Haveria mesmo certo ou errado?

Assim como não há certo ou errado em ver e sentir o mundo dessa maneira, assim também as derivações das derivações das ideias podem perfeitamente ser de igual modo, perfeitas! Dependendo, todavia, se olho o mundo através de uma perspectiva schopenhaueriana. Feitas essas considerações, vamos à viagem!!!

Minha alma cria rotinas que dão corpo e cor à meus desejos. Desejos ocultos ou claros como a luz do dia, por isso a importância platônica das ideias. Verdade que os céticos das perspectivas ilustradas serão intuitivamente aristotélicos, contrário ao inatismo preponderante dos discursos de Platão, não faz mal!

As ideias neoplatônicas parafraseadas não são para serem acreditadas, antes, degustadas por algumas poucas mentes que trilham por ai as marginais das grandes cidades. Para ele, Platão, e não para mim, o mundo que nós antes mesmo de nascer, passamos, passamos para ter as ideias assimiladas em nossas mentes. Esse é o mundo intangível. Esse mundo intangível do Filósofo certamente provocava cócegas de raiva na alma do seu discípulo fiel, Aristóteles. Feito mais essas considerações, agora de natureza pretensamente filosóficas, vamos ao segundo plano agora mais alto.

Na natureza fora dos sentidos, no sentido de tradução enquanto atividade da alma, há uma viagem quase imaculada por universos onde quase tudo é possível. Porque quase tudo e não tudo? Porque há regras com relação a alguns fenômenos acordados com o corpo, objeto quase ladainha no Organon de Aristóteles: Substância, Tempo, Espaço e por ai em diante. Obviamente elementos não próprios da alma, mas ao corpo!

Nesse teor e nessa direção, cumpre elevar o pensamento para além Lógica. Na Lógica, nem tudo é tão perfeitinho como aponta os sinais encontrados na natureza das coisas, segundo quer o rigor do pensamento:

-Todo homem bom é ético;
-Juan e Sebastian são homens bons;
-Logo, Sebastian  e Juan são éticos. Mas...Será?

Nem tudo que deriva da Lógica em situações complexas conciliam com o propósito esperado! Abrindo vistas para horizontes não passíveis a razão, para a divagação da alma não há senão ou será, mas apenas o posso e o quero. Nessa perspectiva, entoa referência a ligeira conotação da ideia consensual do entendimento comum da frase “ponto de vista” que, em verdade, é apenas a vista de alguém a partir de algum ponto. 
Acredite...há outros pontos a partir do qual é possível enxergar um ponto!

Que seria de nós mortais sem o largo espaço do Ser e o Nada de Sartre? Que seria do homem sem a abrangência do foco que define a consciência como transcendente? Seria necessário um reduto desgastante de informações para exercitarmos a consciência racional. Aliás, racional até que ponto? Sartre já anunciara algo que tornou-se até frases de efeito: "O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós”. A arquetípica do racionalismo e do pragmatismo tem demonstrado o que fazem de nós na sociedade moderna, ou não?

A boa notícia é o que vem agora, e não é autoajuda, é apenas a anunciada realidade do intangível. Mas antes, uma pergunta: o que é a realidade? Como defini-la em essência? Há pelo menos duas posições aceitas:

  • Algo que possa ser medido, metrificado por parâmetros incontestáveis com o uso da contradição;
  • Do Latim (simplificado) tudo o que existe!

Tudo o que existe? Se essa posição é universal, abre espaço a pensar como saber se as realidades abstratas podem realmente não existir para aqueles que afirmam  senti-las. Afinal sentem, logo, se sentem, existe. Cogito, ergo sum : Penso, logo existo. Algo bem ao gosto de Descartes. Algo a se pensar!!!

Feitas as conjeturas de; vem o que anunciara por boa notícia: A alma, mundo das ideias de Platão, cria realidades que são próprias da alma... e se lá são criadas, no que conheço como “aqui e agora” só dependo de aceitar, apropriar, aproveitar essas realidades que ela, a alma, gentilmente traz à mim, e a traz tão bem ajustada à minha realidade própria. Isso é mais que surreal, mais que metafísico, mais que emotivo. Você pode esperar também, você também pode aproveitar as realidades da alma!

Então devo eu ficar inerte à realidade sensível das coisas tal a conheço? Deveria eu ficar 'congelado' sem fazer nada até que tudo aconteça? - Quem quer viver a morte em vida, é viver o ócio e a inércia. Mas não é o Ócio de Platão, esse era destorcido.

No início parafraseamos o inatismo platônico, e enquanto derivações desse inatismo, chegamos ao conceito da realidade criada a partir da alma, agora, para arrematar o abstratismo e dar corpo à realidade, achamos por bem a sugestão de deixar a apropriação do entendimento da incorporação desse abstratismo à sabedoria e ao conhecimento popular que ocorre no correr dos tempos. Mas sugerimos para agora que ter ideias é construir novos universos e riquezas; que é importante ter ideias e deixá-las simplesmente ser; que é importante deixá-las criarem corpo e existir. Sugerimos que ideias provoca mudanças! Até mesmo o mundo corporativo comunga parte disso dando generosa ênfase a importância da ideia para o desenvolvimento de gente e da empresa.

Ter uma ideia e não prendê-la eleva o espírito, sara pessoas, faz o homem rico, cria soluções científicas, instiga o firmamento Lógico do tempo e do espaço. Isso é permitir a alma criar conteúdo para a ideia e materializá-la para a razão. É aqui, e simplesmente aqui nessa esfera, que a maioria de nós a conhecemos. Ao se chegar a esse ponto costuma-se dizer: Puxa, que coisa, vejam todos, essa ideia tem mesmo sentido, e ela pode ser mensurada e provada. Nossa, essa ideia é mesmo uma revolução!

Ao leitor, deixe a ideia voar e ir!

*Ah, é preciso dizer que a derivação dos discursos originais é tão imensa, que faz apenas referência quase invisível à conversa dos Mestres Platão e Aristóteles.


Um Afetuoso Abraço,
Wilson Barbosa
-Filósofo Clínico
-Esp. em Tecnologias na Educação
-Técnico em Assuntos Educacionais
Pró-Reitoria de Ensino
EAD - Educação a Distância
IFTO - Instituto Federal do Tocantins - Palmas
 




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