quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Por Wilson Barbosa


Um jeito meio esquisito para escrever do Natal

em 12 12 2012
 

E eu que vivi dizendo que não gosto de Natal: festas tupiniquins, enfeites, castanhas, vinhos, perus, chester e salpicão...

E eu que vivi tirando saro ao dizer que fazem um sem sentido do sentido do Natal;
E eu que n'uma arrogância intelectudebulóide, vivi boa parte dos Natais buscando recôncavos esquecidos para justificar a inquietude das ausências daquelas noites...

E eu que tudo isso vivi, esse ano me debruço sob o bem-querer das boas festas, dos vinhos e do champagne; Champagne escrita no mais legítimo tipo francês...

Eu agora para esse Natal, nada de me esconder por detrás das escrivaninhas em
devo-a-ção à textos embebidos de frases rebuscadas e pretensiosas...
Eu agora quero para o Natal, somente fazer valer a folia e brincar com o riso solto na cara...

Esse eu de agora? Ah... o eu de agora é somente nata-lizar com as crianças os presentes e as noites de luzes pisca-piscas da avenida principal, igualzinho às luzes natalinas das Avenidas principais de tantas cidades bem brasileiradas. Todos sabem que cidades bem brasileiradas tem que ter as Avenidas paulistas, ou as Anhangueras, ou as Brasis, ou as Tiradentes, ou Goiás...

Eu agora no Natal, quero tão somente beber com os amigos e fazer a devoção da meia noite com a família: devo-a-ção do jeitinho do homem simples do interior que tira o chapel em frente a catedral...

Eu a tempo, quero convidar a alegria do Cristo para festa e dizer: “fica aqui”!
Mas....aonde essa alegria do Cristo está?
Vou tentar dizer onde ela está... Acho que nas coisas mais singelas!

Eu que outro dia, dirigia passeando com a família na rodovia com vista bonita do horizonte rumo Norte, e eis que minha mulher dizia: “isso é felicidade. Simples assim, passear despretensiosamente a um lugar sem hora ”. Coisa atoa, não é? mas tem a tal alegria ai!

E eis eu que nem sei falar das coisas boas do Natal, tô aqui metido a escrever...justo eu que nem poeta sou... é que esse ano falamos sob tantas coisas ... que me atrevi a escrever também sobre esse dia...

Quem diria...em tempos idos gostava desse dia não, mas esse ano...  ah... esse ano tô mais Natal.
Nesse dia vou falar com Deus assim: obrigado!!! vai pra longe de nóis não.

Na Graça, feliz Natal Leitor... Até 2013.


Wilson Barbosa
Filósofo Clínico;

Especialista em Tecnologias na Educação
Técnico em Assuntos Educacionais do
IFTO - Inst. Federal do Tocantins,
Campus Porto Nacional


sábado, 1 de dezembro de 2012

Por Wilson Barbosa


PARA NÃO ENCERRAR: PERSISTINDO NO TEMA EAD

Leitores assíduos conhecem a insistência a qual empenho na necessidade de replanejamento de alguns aspectos próprios para o ensino a distância. Entre eles os cuidados necessários ao relacionamento com o aluno virtual que, em via de regra, possui pouca experiência com as tecnologias eivadas de projetos educativos modernos.

Para afirmar a consolidação da empatia em um contexto pedagógico, faço referência parafraseada à  ideia de Philippe Perrenoud (1999), o qual defende que além da cognição, são exigidos do aluno recursos emocionais, para lidar com competências basilares a fim de se desenvolver no mundo moderno. Nesse caso, alonga-se o raciocínio para levar o conceito de competências também para o uso das tecnologias no contexto de aprendizagem educacional.

Ao falar da importância da empatia no ambiente virtual, vale ressaltar que se trata também de administrar as próprias emoções, portanto, o conceito é amplo, pois a esfera que abrange o estudo das emoções na relação EAD (educação à distância) remete imediatamente ao modo como a pessoa-aluno administra em si e para si, o equilíbrio emocional. A saber, várias são as causas que impelem ou não à que a pessoa construa o equilíbrio emocional no bojo do processo de ensino x aprendizagem. Algumas delas:
  • pressão do tempo para a entrega de tarefas;
  • ansiedade por aprovação;
  • capacidade de se relacionar com o grupo (mesmo em situação de grupos virtuais);
  • temperamento genuíno da pessoa, outros.                                                             
Ressalta-se, entretanto, a eficácia da educação à distância a qual conta com inúmeros recursos com os quais o professor pode e deve aproveitar para amenizar riscos de descontrole emocional do aluno da EAD, inclusive, no momento da avaliação, pois, para o ato de avaliar, exercitar as várias possibilidades de se criar atividades avaliativas oferecidas pelos recursos tecnológicos, ampliam as oportunidades do aluno em se expressar, abrindo possibilidade para o papel da avaliação diagnóstica, elemento importante dentro da discussão de avaliação.

Saber ensinar no sentido exato do termo, implica em o professor saber escolher os melhores recursos de acordo com a situação. Nesse ínterim, implica também saber utilizar o método dialético para implantar a interseção. Não adianta o professor dominar o conteúdo, os recursos do ambiente colaborativo de aprendizagem, se não ter a habilidade de comunicar com o seu aluno usando os recursos audiovisuais que estão a sua disposição. Por outro lado, percebe-se que esses recursos são propagados e difundidos diuturnos nos meios de comunicação de massa, especialmente pela televisão, confirmando naturalmente a necessidade urgente de inseri-los na educação formal, mesmo em aulas presenciais, uma vez sendo realidade na sociedade como um todo. Um exemplo tácito é o professor que conta apenas com quadro e giz para ensinar biologia, quando um simples programa da TV aberta mostra em minutos, os segredos do corpo humano de forma tridimencionada, algo impossível e inimaginável àquele que conta somente com a tecnologia do giz e do quadro.

Tratar do caráter psicológico na educação a distância implica em abrir uma nova discussão, refletindo o quanto a presença de emoções saudáveis em sala de aula virtual podem colaborar para o crescimento do aluno. É preciso, portanto, pesquisar os melhores métodos interacionais que se adequem a essa perspectiva de tecnologia a serviço da educação a qual defendo. O método dialético, por exemplo, por abranger elementos da analítica da linguagem, capazes de variações maiores, pode adaptar-se a vários dos recursos de comunicação presentes nos moldes das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação). A perspectiva de que a dialética abrange elementos da analítica não é sustentada em Aristóteles, a quem se deve a oposição entre ambas, mas encontra acolhida na junção de outros autores.

Em outro artigo coloquei e repito: cada vez mais o aspecto humano tem sobressaído ao aspecto da técnica e da forma. No alvorecer desse milênio, estudos das psicologias em geral, vêm despertando para a necessidade de valorização da saúde psíquica das pessoas, entendendo, inclusive, que quanto mais houver atenção aos aspectos emocionais, maior será o sucesso no empreendimento proposto. Essa tem sido quase regra nas corporações que buscam otimizar o processo de produção e desenvolvimento junto a seus colaboradores.

Com a expansão da educação pública brasileira onde deve ter como berço a valorização da pessoa humana, foram implantadas pedagogias que pretendiam atender os interesses da industrialização, mas com o advento da globalização, o foco passa a ser na pessoa. Com isso, re-criar espaços de convivência harmoniosos faz parte do processo de busca por resultados satisfatórios, fenômeno que deve ser refletivo pela escola brasileira. Não somos mais um país de pouca influência na economia mundial, por isso torna-se muito importante uma repaginada nos conceitos de formação dos nossos alunos. Com a elevação do nível de escolaridade brasileira, é inadmissível que os governos imponham arbitrariamente políticas públicas de educação que não atendam a aspectos de cognição do aluno em toda sua amplitude. Em face disso, as políticas de educação precisam caminhar lado a lado com estudos que forjam um caráter de respeito à singularidade da pessoa humana abrangendo seus aspectos físicos, emocionais, sociais, filosóficos e políticos.

Com os recursos tecnológicos em favor da educação, especialmente com a popularização da internet, através da EAD, definitivamente os velhos paradigmas educacionais que cerceavam a condição emancipatória na formação do indivíduo não subsistirão. Com a educação à distância, rompe-se os muros da escola e abrem-se fronteiras à experimentar pela primeira vez na história da humanidade a possibilidade de contato em tempo real, com as mais avançadas pesquisas e descobertas pedagógicas e científicas de todo o mundo.

O caráter do estudo da empatia no contexto educacional em plataformas virtuais, faz parte desse cenário de pesquisas, cujas, no Brasil, autores renomados, como Edgar Morim e Paulo Freire são referências próximas e distantes, dependendo da ótica que forem lidos. A partir desses autores e de pesquisas na área das Emoções, como os estudos e trabalho do filósofo gaúcho Drº. Lúcio Packter, o qual remonta uma leitura desde os pré-socráticos até nossos dias no intuito do entendimento aproximado da Estrutura de Pensamento da pessoa, fornece subsídio para também elaborarmos uma síntese dos pressupostos com o fim de adaptá-los à prática educacional onde prevaleça a alteridade como recurso de alcançar o indivíduo em seu estado de alma. Para esse fim, independe se em educação presencial ou não.

Assim, proponho que nos moldes da educação a distância seja possível estabelecer uma relação próxima ao aluno, conhecendo seu modo próprio de representar as coisas e o mundo, abrindo espaço intelectivamente para o aprendizado, pois os dados epistemológicos que esse apresenta no ato de aprender, ganham dimensões gigantescas, haja vista uma proximidade afetiva entre o professor e o aluno. Não é regra absoluta, mas bastante contundente.

A hipótese é que em breve haverá larga literatura que tratem da mesma questão ampliando significativamente os conhecimentos ínsitos a essa causa levando invariavelmente a uma melhor qualidade da educação brasileira, na modalidade da EAD.

E você, faz leitura diferente sobre esse assunto?
Fique bem!
 

Wilson Barbosa
Filósofo Clínico;

Especialista em Tecnologias na Educação
Técnico em Assuntos Educacionais do
IFTO - Inst. Federal do Tocantins,
Campus Porto Nacional

Referências

FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. 28a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

PACKTER, Lúcio. Filosofia clínica propedêutica. Porto Alegre, RS: Ática, 1997.

PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: ArtMed Editora, 1999.


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